Sunday, September 30, 2018

Leve & Chão - Light & Grounded




~Rei Onde Ninguém Habitava~

As ruas sem nenhum vulto, 
ninguém passava, 
vinha, 
ou ia a lugar nenhum.
Enquanto ela atravessava...
Os meus passeios eram os mais fascinantes. 
Nas ruas que ninguém andava.
Eu estava em casa e ninguém andava comigo. 
O medo que eu touxe para dentro de casa, 
e o silêncio nos lugares que eu bem conhecia... 
Cores de mustarda.
Mas o meu amor, a minha filha havia partido, 
entre eu e ela um continente de distância. 
A porta por onde ela entrava... 
Agonizava as ruas por onde eu nunca andara. 
Estavamos lá mais uma vez 
e desta vez, eu precisava resgastar a mim mesmo 
dos fantasmas que levei para casa.
Lá, eu como eu, já não era mapa, 
mas uma estranha rua de conhecidos piratas. 
Todos agonizavam o que eu temia que os perturbara, 
o que eu vendia antes que tudo fosse destruido 
no valor de minha cara.
O abandono se pronunciara, 
então eu perdia o contexto que procurava. 
Talvez ela precisasse mesmo saber por onde andava.
Tantos anos calçada com os meus pés
caminharam minha jornada.
Se eu morresse ali, 
morreriamos todos de uma triste e fatal apunhalada...
A chuva me convidava a dar passos para trás 
e para isso eu precisava destruir 
a casa que fiz em outra morada...
As gotas que pingavam do telhado me levaram de volta 
aos gritos de socorro pela tortura, 
e nada me amparou 
do outro lado das paredes que me cercavam.
Enquanto assistiam todos 
o desenrrolar de minha mão em um ou dois tapas
o meu corpo levitava. 
Porém, meu espírito visitante, afundava.
Demorou muito para se ouvir falar da filha despedaçada.
E o meu filho...
...Esse meu filho é rei, de onde ninguém habitava...

Djanine Assunção Tavares Queiroz Chaves Putin Stalin
(Poema Escrito Em Maio 7 de 2022)

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