~Rei Onde Ninguém Habitava~
As ruas sem nenhum vulto,
ninguém passava,
vinha,
ou ia a lugar nenhum.
Enquanto ela atravessava...
Os meus passeios eram os mais fascinantes.
Nas ruas que ninguém andava.
Eu estava em casa e ninguém andava comigo.
O medo que eu touxe para dentro de casa,
e o silêncio nos lugares que eu bem conhecia...
Cores de mustarda.
Mas o meu amor, a minha filha havia partido,
entre eu e ela um continente de distância.
A porta por onde ela entrava...
Agonizava as ruas por onde eu nunca andara.
Estavamos lá mais uma vez
e desta vez, eu precisava resgastar a mim mesmo
dos fantasmas que levei para casa.
Lá, eu como eu, já não era mapa,
mas uma estranha rua de conhecidos piratas.
Todos agonizavam o que eu temia que os perturbara,
o que eu vendia antes que tudo fosse destruido
no valor de minha cara.
O abandono se pronunciara,
então eu perdia o contexto que procurava.
Talvez ela precisasse mesmo saber por onde andava.
Tantos anos calçada com os meus pés,
caminharam minha jornada.
Se eu morresse ali,
morreriamos todos de uma triste e fatal apunhalada...
A chuva me convidava a dar passos para trás
e para isso eu precisava destruir
a casa que fiz em outra morada...
As gotas que pingavam do telhado me levaram de volta
aos gritos de socorro pela tortura,
e nada me amparou
do outro lado das paredes que me cercavam.
Enquanto assistiam todos
o desenrrolar de minha mão em um ou dois tapas,
o meu corpo levitava.
Porém, meu espírito visitante, afundava.
Demorou muito para se ouvir falar da filha despedaçada.
E o meu filho...
...Esse meu filho é rei, de onde ninguém habitava...
Djanine Assunção Tavares Queiroz Chaves Putin Stalin
(Poema Escrito Em Maio 7 de 2022)