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Queridos amigos,
Estou encantado de estar com vocês novamente e
me comunicar com vocês desta forma. Devo lhes dizer que isto também significa
muito para mim. Eu tenho muito carinho por estes encontros, pois, desta forma,
Eu posso chegar mais perto de vocês do que a partir do seu próprio plano de
realidade.
Mas Eu sempre vivo nos seus corações e Eu espero
por momentos do seu tempo, em que vocês estão abertos e suscetíveis à minha
energia. A minha energia, a energia Crística que está renascendo nesta época,
não é somente minha energia. Ela não é simplesmente a energia de um homem que
viveu na Terra numa época: ela é um campo de energia coletivo, do qual vocês
fazem parte de uma forma mais profunda do que vocês percebem.
Uma vez vocês fizeram um voto, vocês todos
estabeleceram a sua intenção de levar esta energia para a realidade da Terra,
de ancorá-la na Terra. Durante muitas vidas, muitos séculos, vocês trabalharam
nessa missão. Vocês todos estão no processo de dar à luz a semente Crística que
existe dentro de vocês, e Eu estou ajudando-os. Eu fui um precursor, mas a
propagação da semente Crística foi um esforço coletivo. Até mesmo a minha vinda
à Terra só foi possível graças ao campo de energia que estava presente aqui,
criado por vocês. Nós trabalhamos juntos, nós somos uma unidade.
Portanto, Eu sou acessível a todos vocês. Eu não
estou exclusivamente disponível para uma única pessoa. Eu estou a serviço de
todos vocês.
Hoje Eu quero falar sobre uma questão que os
toca profunda e freqüentemente na sua vida cotidiana. É sobre lidar com as
emoções.
Na última vez Eu falei sobre as energias
masculina e feminina que correm através dos seus campos de energia e chakras.
Eu enfatizei a importância de curar os três chakras inferiores, como um dos
requisitos para se tornarem inteiros e completos em si mesmos. Eu achei que era
importante enfatizar isto, porque alguns de vocês, que anseiam pelo espiritual,
têm a tendência de se reservar – tanto em pensamentos, quanto em sentimentos –
aos chakras superiores.
O cardíaco, o terceiro olho e o chakra coronário
são atraentes para vocês, porque estes centros de energia levam-nos a contatar
os reinos mais elevados que são tão naturais para vocês. Mas a verdadeira
ruptura interior deve ocorrer agora no nível inferior, na área dos chakras
inferiores, mais perto da Terra.
A área das emoções é uma área vital no processo
de crescimento em direção à liberdade e à integridade. Vocês são seres
espirituais. Vocês vieram de um plano de realidade, onde a densidade e a rotina
da realidade da Terra era desconhecida por vocês. Agüentar isto foi difícil.
Através de muitas vidas, vocês tentaram
expressar a sua energia cósmica aqui na Terra. E nesta expressão, na
canalização da sua energia para a Terra, muitos traumas profundos foram
criados. O corpo emocional, que todos vocês possuem, está repleto de ferimentos
e traumas. É disto que Eu vou falar hoje.
Qualquer pessoa que está no caminho do
crescimento interior sabe da importância das emoções: que vocês não devem
reprimi-las, que vocês devem chegar a um acordo com elas, que vocês finalmente
devem libera-las. Mas nem sempre está claro como isso realmente funciona
Primeiro Eu quero fazer uma distinção entre
emoções e sentimentos.
Não estou preocupado aqui com termos ou rótulos
– vocês podem lhes dar nomes diferentes – mas Eu quero fazer uma distinção
entre emoções, no sentido de energias que são essencialmente expressões de
mal-entendimentos, e sentimentos ou energias que são uma forma de maior
entendimento. Os sentimentos são os seus professores, enquanto as emoções são
as suas crianças.
Emoções são energias que têm uma manifestação
clara no corpo físico. Emoções são reações a coisas que vocês não compreendem
realmente. Pensem no que acontece quando vocês são tomados por um acesso de
raiva. Por exemplo, quando alguém inesperadamente fere os seus sentimentos e
vocês começam a ficar com raiva. Vocês podem sentir isso muito claramente no
seu corpo: vocês começam a sentir a energia ficando tensa em algumas partes.
Esta tensão física ou aperto, que segue o choque energético, mostra que há algo
que vocês não compreendem. Existe uma energia vindo ao encontro de vocês, que
vocês acham que é injustificada. O sentimento de ser tratado injustamente – em
resumo, o não-entendimento – é expressado através da emoção. A emoção é a
expressão do não-entendimento, é uma explosão energética e uma liberação.
Quando isto acontece, vocês se confrontam com as
seguintes escolhas: o que vou fazer com esta emoção? Vou basear meu
comportamento atual nela? Vou usar isto como um combustível para as minhas
reações a outras pessoas? Ou vou deixar essa emoção aí e basear minhas ações em
outra coisa?
Antes de responder estas perguntas, quero
explicar a natureza dos sentimentos.
Essencialmente, as emoções são explosões de
mal-entendimento que vocês podem perceber claramente no corpo. Sentimentos, por
outro lado, são de uma natureza diferente e também são percebidos de forma
diferente. Eles são os sussurros da alma, que chegam a vocês através de leves
cutucadas, de um conhecimento interior, ou uma súbita ação intuitiva que mais
tarde vai se revelar muito sábia.
As emoções sempre carregam algo muito intenso e
dramático dentro delas. Pensem nos ataques de ansiedade, pânico, raiva ou
tristeza profunda. As emoções dominam vocês completamente e empurram vocês para
longe do seu centro espiritual. No momento em que vocês estão altamente
emocionais, vocês estão cheios de um tipo de energia que os afasta do seu
centro, da sua clareza interior. Neste sentido, as emoções são como nuvens
encobrindo o sol.
Com isto, não quero dizer nada contra as
emoções. As emoções não deveriam ser reprimidas; elas são muito valiosas como
um meio para vocês conhecerem a si próprios mais intimamente. O que eu quero é
declarar qual é a natureza da energia emocional: ela é uma explosão de
mal-entendimento. As emoções essencialmente tiram vocês do seu centro.
Os sentimentos, por outro lado, levam vocês mais
profundamente para dentro de si mesmos, para o seu centro. Os sentimentos são
intimamente associados àquilo que vocês chamam de intuição. Os sentimentos
expressam uma compreensão mais elevada, um tipo de compreensão que transcende
tanto as emoções quanto a mente.
Os sentimentos têm origem num reino não-físico,
fora do corpo. É por isso que eles não são tão claramente localizados em um
ponto do corpo físico. Pensem no que acontece quando vocês percebem alguma
coisa, um ambiente ou um humor, ou quando vocês têm pressentimentos sobre
alguma situação. Nessas ocasiões, existe um tipo de conhecimento com vocês, que
parece vir de fora, e que não é uma reação sua a alguma coisa externa. Vocês o
recebem de fora, mas ele vem “do nada”. Em tais momentos, vocês podem sentir
alguma coisa se abrir no chakra do coração.
Existem vários momentos em que esse conhecimento
interior vem para vocês. Por exemplo, vocês podem “saber” alguma coisa a
respeito de alguém sem ter conversado muito com ele ou ela. Vocês podem
perceber alguma coisa a respeito de vocês dois, que mais tarde desempenhará um
papel importante no seu relacionamento, mas que não é fácil de ser definido com
palavras – “é simplesmente uma sensação” – e com certeza não é entendido
facilmente pela mente (Estes são os momentos em que a sua mente se torna
cética, dizendo-lhes que vocês estão inventando coisas ou ficando loucos).
Eu gostaria de mencionar uma outra energia que tem
uma natureza mais de “sentimento” do que de emoção. É a alegria. A alegria pode
ser um fenômeno que transcende o emocional. Algumas vezes, vocês podem sentir
uma alegria interna que os eleva, sem uma razão especial. Vocês sentem a
divindade dentro de si mesmos e a sua conexão íntima com tudo que existe. Este
sentimento pode vir para vocês quando vocês menos esperam. É como se vocês
fossem tocados por algo Maior, ou tocassem uma realidade Maior. Os sentimentos
não são convocados tão facilmente e parecem vir para vocês “do nada”. As
emoções quase sempre têm um causa clara e imediata: um disparador no mundo
exterior que “aperta os seus botões”.
Os sentimentos originam-se nas dimensões do seu
Ser Superior. Vocês precisam estar quietos internamente, para poder captar
esses sussurros do seu coração. As emoções podem perturbar esse silêncio e essa
paz interiores. Portanto, é vital que vocês se tornem emocionalmente calmos e
curem e liberem as emoções reprimidas. É só através dos seus sentimentos, que
os conectam com a sua alma, que vocês podem tomar decisões equilibradas.
Estando quietos e em paz, vocês podem sentir com
todo o seu ser o que é certo para vocês, num determinado momento. Tomar
decisões com base na emoção é tomar decisões a partir de uma posição não-centrada.
Vocês precisam liberar as emoções primeiro e entrar em contato com o seu centro
interno, onde existe clareza.
Agora vamos à questão de como vocês podem lidar
melhor com as emoções.
Eu disse que “os sentimentos são seus
professores e as emoções são as suas crianças”. Os paralelos entre “ser
emocional” e “ser como uma criança” são notáveis. Sua “criança interior é a
sede das suas emoções. Inclusive existe uma semelhança notável entre a forma
com que vocês lidam com as suas emoções e a forma com que vocês lidam com as
suas crianças (de verdade).
A criança é sincera e espontânea em suas emoções
e não as esconde nem as reprime, até que os adultos a incentivam a fazer isso.
Entretanto, o fato da criança expressar espontaneamente as suas emoções não significa
que ela vivencia as suas emoções de uma forma equilibrada. Todo mundo sabe que
uma criança pode ser levada por suas emoções (raiva, medo ou tristeza) e muitas
vezes é incapaz de pôr um fim nelas. Em tais situações, a criança pode quase se
afogar nas suas emoções e isto faz com que ela se desequilibre, ou seja, fique
fora do seu centro.
Uma das razões para esta emotividade
incontrolada é que a criança acabou de sair de um mundo no qual quase não
existem limites. Nas dimensões etéricas ou astrais, não há restrições ou
limitações como as que existem no reino físico, dentro de um corpo físico. As
emoções das crianças geralmente são “reações de mal-entendimento” a esta
realidade física. Portanto, a criança precisa de ajuda e apoio, quando ela
começa a lidar com as suas emoções. Isto é uma parte do processo de “encarnar
equilibradamente” na Terra.
Então, como vocês podem lidar com as emoções,
sejam elas as suas próprias ou dos seus filhos?
As emoções não deveriam ser julgadas nem
reprimidas. As emoções são uma parte vital de vocês, como seres humanos, e
assim elas precisam ser respeitadas e aceitas. Vocês podem olhar para as suas
emoções como se fossem seus filhos, que precisam da sua atenção e respeito, e
da sua orientação.
A melhor forma de se encarar uma emoção é como
uma energia que vem a vocês para a cura. Portanto, é importante que vocês não
sejam totalmente arrebatados pela emoção, mas que se mantenham aptos a olhar
para ela de uma posição neutra. É importante que se mantenham conscientes.
Podemos colocar esta questão da seguinte forma: vocês não deveriam reprimir uma
emoção, mas também não deveriam mergulhar nela. Pois, quando vocês se afundam
na emoção, quando vocês se identificam com ela completamente, a criança em
vocês torna-se um tirano que os desviará do caminho.
A coisa mais importante a fazer com uma emoção é
permitir que ela aflore, sentir todos os seus aspectos, mas sem perder a
consciência enquanto isso. Tomem por exemplo a raiva. Vocês podem convidar a
raiva a estar completamente presente, experienciá-la em diversos pontos do
corpo de vocês e, enquanto isso, ao mesmo tempo, vocês ficam observando-a de
uma forma neutra. O que acontece, então, é que vocês abraçam a emoção – que é
essencialmente uma forma de mal-entendimento – com a compreensão. Isto é
alquimia espiritual.
Por favor, deixem que eu explique isto com a
ajuda de um exemplo. Digamos que o seu filho tenha batido o joelho na mesa e
esteja realmente com muita dor. Ele está perturbado, zangado, berrando de dor,
e chuta a mesa, porque está bravo com ela. Ele acha que a mesa é a causadora da
sua dor.
Orientar emocionalmente, neste momento, quer
dizer que o pai primeiro ajuda a criança a definir a sua experiência:- “Você
está bravo, não está? Você está com dor, certo?” Definir é essencial. Assim o
pai transfere a raiz do problema da mesa para a própria criança. “O problema
não está na mesa. É você que está machucado, é você que está bravo. E, sim, eu
entendo a sua emoção!”
O pai abraça a emoção da criança com
compreensão, com amor. No momento em que a criança se sente compreendida e
reconhecida, sua raiva gradualmente se desvanece. A dor física pode ainda estar
presente, mas a resistência da criança à dor, a raiva relacionada com ela,
podem se dissolver. A criança percebe a compaixão e a compreensão nos olhos do
pai e isso acalma e suaviza suas emoções. A mesa, a causa das emoções, não é
mais relevante.
Ao abraçar uma emoção com compreensão e
compaixão, o pai muda o foco de atenção da criança do exterior para o interior,
e ensina a criança a se responsabilizar pela emoção. Ele está mostrando ao
filho que sua reação a um causador externo não é o habitual, mas que é uma
questão de escolha. “Você pode escolher a incompreensão ou a compreensão. Você
pode escolher brigar ou aceitar. Você pode escolher.”
Isto também se aplica ao relacionamento de vocês
com as suas próprias emoções, com a sua própria criança interior. Permitir que
as suas emoções aflorem, defini-las e fazer um esforço para compreendê-las,
significa que vocês realmente respeitam e tratam com carinho a sua criança
interior. Fazer a mudança do “externo” para o “interno”, responsabilizando-se
pela emoção, ajuda a criar uma criança interior que não quer machucar ninguém e
que não quer sentir-se vitimada. Emoções fortes – seja raiva, tristeza ou medo
– sempre têm o componente da impotência, isto é, o sentimento de que vocês são
vítimas de algo que está fora de vocês. O que acontece quando vocês não se
focalizam nas circunstâncias externas e sim na sua própria reação e na sua dor,
é que vocês “demitem” o mundo externo do papel de causador das suas emoções.
Vocês já não se importam tanto com o que deu origem à emoção. Vocês voltam-se
completamente para dentro e dizem a si mesmos: “Está bem, esta foi a minha
reação e eu entendo o porquê. Eu entendo porque eu me sinto deste jeito, e eu
vou apoiar a mim mesmo nisto.”
Voltar-se para as suas emoções de uma forma tão
amorosa é libertador. Isso requer uma certa auto-disciplina. Liberar a
realidade externa do papel de “fonte do mal” e assumir totalmente a
responsabilidade significa que vocês reconhecem que “escolhem reagir de uma
determinada maneira”. Vocês param de discutir sobre quem está certo e quem está
errado, quem é culpado pelo o que, e vocês simplesmente liberam toda a cadeia
de situações que ocorreram fora do seu controle. “Agora eu vivencio esta emoção
totalmente consciente de que eu escolho fazer isto.” Isto é assumir a
responsabilidade. Isto é coragem!
A auto-disciplina, neste caso, é desistir de ser
o correto e de ser a vítima indefesa. É desistir de sentir raiva, de se sentir
mal-compreendido e de todas as outras expressões da condição de vitima, das
quais muitas vezes vocês até gostam (Na verdade, vocês freqüentemente alimentam
as emoções que mais os incomodam). Responsabilizar-se é um ato de humildade.
Significa ser honesto consigo mesmo, inclusive nos seus momentos de maior
fraqueza.
Esta é a auto-disciplina que é solicitada de
vocês. Ao mesmo tempo, esta espécie de volta para dentro requer a mais alta
compaixão. A emoção que vocês estão sinceramente preparados para encarar como
sua própria criação, também é vista com amável compreensão. “Você escolheu a
raiva, desta vez, não foi?” – isto pode ser o que vocês vão descobrir a
respeito de si mesmos. A compaixão lhes diz: “Está bem, eu posso perceber a
razão disto, e eu o perdôo. Talvez se você sentir mais claramente o meu amor e
o meu apoio, você não vai sentir-se inclinado a ter essa reação na próxima
vez.”
Este é o verdadeiro papel da consciência na
auto-cura. É isto que a alquimia espiritual significa. A consciência não
luta
nem rejeita coisa alguma, ela envolve a escuridão com a percepção. Ela
envolve
as energias da incompreensão com a compreensão e assim transforma metal
em ouro. Consciência e amor são essencialmente a mesma coisa. Ser
consciente significa deixar que
algo exista e rodeá-lo com amor e compaixão.
Freqüentemente vocês pensam que a “consciência
sozinha” não é suficiente para superar os seus problemas. Vocês dizem: “Sei que
eu tenho uma emoção reprimida, conheço a causa dela, estou consciente, mas ela
não vai embora.”
Neste caso, existe dentro de vocês uma
resistência sutil a essa emoção. Vocês mantêm essa emoção à distância, de medo
de serem dominados por ela. Mas vocês nunca são dominados por uma emoção,
quando vocês conscientemente escolhem admiti-la.
Enquanto vocês mantêm a emoção à distância,
vocês estão em guerra contra ela; vocês estão lutando contra a emoção e ela se
voltará contra vocês de inúmeras formas. Vocês não conseguirão deixá-la do lado
de fora, no fim. Ela se manifestará no seu corpo, como uma dor ou tensão, ou
como sentimentos de depressão. Sentir-se abatido ou aborrecido freqüentemente é
um sinal claro de que se está reprimindo certas emoções.
A questão é que vocês precisam permitir que as
emoções penetrem completamente na sua consciência. Se vocês não sabem
exatamente que emoções estão lá, vocês podem muito bem começar sentindo as
tensões no corpo de vocês. Isto é uma porta para as emoções. No seu corpo, tudo
é armazenado. Por exemplo, se vocês sentem dor ou tensão na área do estômago,
vocês podem ir até lá com a sua consciência e perguntar o que está acontecendo.
Deixem que as células do seu estômago falem com vocês. Ou imaginem que há uma
criança bem ali. Peçam à criança que lhes mostre qual é a emoção predominante
nela.
Existem várias maneiras de contatar as emoções
que estão dentro de vocês. É vital compreender que a energia que ficou presa na
emoção quer se movimentar. Esta energia quer ser libertada e, assim, ela bate à
sua porta sob a forma de um problema físico ou uma sensação de estresse ou
depressão. Para vocês, é uma questão de realmente se abrir e estar preparado
para sentir a emoção.
As emoções são parte da sua realidade terrena,
mas elas não deveriam dominar vocês. As emoções são como as nuvens para o sol.
Por isso é importante estar atento às suas emoções e lidar com elas
conscientemente. Com um corpo emocional limpo e equilibrado, é muito mais fácil
contatar a alma de vocês, ou o seu âmago, através da sua intuição.
Na sua sociedade, existe muita confusão a
respeito das emoções. Isto é evidente, entre outras coisas, pela quantidade de
debates e confusão que existe em torno de como criar seus filhos. As crianças
são claramente muito mais espontâneas emocionalmente do que os adultos. Isto
cria dificuldades. E se algumas das suas fronteiras morais forem atravessadas?
E se a situação sair do controle e surgir
o caos? Deve-se disciplinar as crianças ou deixá-las expressarem-se
livremente? As emoções delas devem ser controladas, ou não?
O que é importante na educação de uma criança é
que ela aprenda a entender as suas emoções; entender de onde elas vêm e assumir
a responsabilidade por elas. Com a ajuda de vocês, a criança pode aprender a
ver suas emoções como “explosões de incompreensão”. Este entendimento evita que
a criança “se afogue” nas suas emoções e saia do controle. O entendimento
liberta e a traz de volta ao seu próprio centro, sem reprimir as emoções. Os
pais ensinam seus filhos a lidar com as emoções deste modo, ao serem o exemplo
vivo disso.
Todas as perguntas que vocês têm a respeito de
como lidar com seus filhos também se aplicam a vocês mesmos. Como vocês
enfrentam as suas próprias emoções? Vocês são duros consigo mesmos? Quando
vocês ficam zangados ou tristes por muito tempo, vocês disciplinam a si mesmos,
dizendo “vamos lá, mexa-se e não demore!”? Vocês suprimem a emoção? Vocês
sentem que é bom e necessário disciplinar a si mesmos?
Quem lhes ensinou isto? Foi um dos seus pais?
Ou vocês vão para o outro extremo? Isto é, vocês
“mergulham” nas suas emoções, não querendo se desapegar dela. Este também é um
caso freqüente. Vocês podem ter sentido, durante muito tempo, que eram vítimas
de alguma situação externa a vocês, como por exemplo, a sua educação, o seu
parceiro ou o seu ambiente de trabalho. Num certo momento, pode ter sido muito
libertador entrar em contato com a raiva que estava dentro de vocês,
relacionada com coisas negativas que os influenciaram. A raiva pode permitir
que vocês se libertem dessas influências, e sigam seu próprio caminho. No
entanto, vocês podem ficar tão enamorados da sua raiva, que não queiram mais
soltá-la. Ao invés de se tornar uma porta, ela se torna um “modo de vida”.
Surge então uma forma de estado de vítima, que é tudo menos curativa. Ela
impede-os de se manter verdadeiramente no seu próprio poder. É muito importante
responsabilizar-se por suas emoções e não fazer delas “verdades absolutas”.
Quando vocês lhes dão o status de verdades ao invés de enxergá-las como
“explosões de incompreensão”, vocês baseiam suas ações sobre elas, e isso leva
a decisões não centradas.
O mesmo acontece com crianças a quem é dada
muita liberdade emocional. Elas “têm acessos de fúria” e ficam incontroláveis;
elas tornam-se pequenos tiranos, e isto não está certo. O caos emocional é tão
desagradável para a criança como é para os pais.
Em resumo, vocês podem ser, ou muito rigorosos
ou muito brandos, ao lidarem com as suas emoções (e analogamente, com os seus
filhos). Quero aprofundar-me um pouco mais no modo “brando”, pois esse parece
estar mais em uso hoje em
dia. Desde os anos sessenta, tem havido uma compreensão
coletiva de que suprimir as emoções não funciona, porque isso sufocaria a
espontaneidade e criatividade – na verdade, a própria alma. A sociedade
produziria crianças obedientes e disciplinadas, que dariam mais importância às
regras do que aos sussurros do coração, o que seria uma tragédia – tanto para a
sociedade quanto para o indivíduo.
Mas, o que vocês me dizem do outro extremo:
justificar as emoções de tal modo, que elas tomem as rédeas e governem a sua
vida?
Vocês podem observar, dentro de si mesmos, se
existem emoções que vocês alimentam de tal forma, que realmente as enxergam
como verdades (no lugar de enxergá-las como o que elas realmente são: explosões
de incompreensão). Vocês se identificaram com estas emoções. O paradoxo é que,
muito freqüentemente, essas são emoções que lhes causam muito sofrimento. Por
exemplo: o estado de vítima (“Eu não posso fazer tal coisa”, “Eu não posso
evitar isto”), a liderança (“Eu cuidarei disto”, “Eu dou um jeito.”), tristeza,
medo, ansiedade, etc... Todas estas emoções são dolorosas mas, em um outro
nível, elas lhes dão algo em que se agarrar.
Vejam a “sensação de vítima”, por exemplo. Pode
haver vantagens neste padrão de sentimento. Ele pode dar-lhes uma sensação de
segurança. Ele os libera de certas obrigações e responsabilidades. “Não posso
evitar isto, não é mesmo?”. Vocês estão sentados num canto escuro, mas lhes
parece um canto seguro.
O perigo de se identificar ou “se fundir” com esse
tipo de padrão de sentimento por muito tempo, é que vocês perdem contato com a
sua própria liberdade verdadeira, com o seu centro íntimo e divino.
Algumas coisas podem ter entrado na vida de
vocês, que provocaram, justificadamente, emoções de raiva e ressentimento em vocês. Isto pode ter
acontecido na sua juventude, mais tarde, ou até em vidas passadas. É muito
importante que vocês contatem essas emoções conscientemente, e percebam a
raiva, a tristeza e qualquer outra energia intensamente carregada, dentro de
vocês. Mas, num certo momento, vocês precisam responsabilizar-se pelas suas
emoções, pois elas constituem as suas reações a um acontecimento externo.
Estar centrado, ser claro e poderoso e
espiritualmente equilibrado, significa que vocês assumem a responsabilidade por
todas as emoções que estão em
vocês. Vocês podem, então, reconhecer a emoção da raiva (por
exemplo) dentro de si mesmos e, ao mesmo tempo, dizer: “Esta foi a minha reação
a certos acontecimentos. Eu envolvo esta reação com compreensão mas, ao mesmo
tempo, eu tenho a intenção de liberá-la.”
Em última análise, a vida não é uma questão de
estar certo; é uma questão de ser livre e inteiro. É muito libertador liberar
as velhas reações emocionais que acabaram tornando-se um “estilo de vida”.
Pode-se dizer que tudo se trata de um caminho
intermediário sutil entre suprimir as emoções e afogar-se nelas. Dos dois
lados, vocês foram criados com opiniões e ideais que não estão de acordo com a
natureza da alquimia espiritual. A essência do crescimento espiritual é que
vocês não suprimem nada, mas, ao mesmo tempo, assumem total responsabilidade
por isso.
“Eu sinto isto, eu escolho esta reação, para que
eu possa curá-la.” Reivindicar a sua maestria – na verdade, é disto que se
trata a minha mensagem de hoje.
Talvez não seja realmente um caminho
intermediário, mas um caminho diferente. Trata-se da maestria espiritual. Ao
aceitarem tudo que existe dentro de vocês, vocês elevam-se acima disso e
tornam-se o seu mestre. A maestria é tanto forte, quanto gentil. Ela é
muito tolerante, mas também exige muita
disciplina: a disciplina da coragem e da honestidade.
Reivindiquem a sua maestria, tornem-se mestres
de todas as porções de emoção que os torturam, muitas vezes pelas suas costas.
Entrem em contato com elas, assumam a responsabilidade. Não se deixem levar por
feridas emocionais inconscientes, que desviam vocês e bloqueiam o seu caminho
para a liberdade interior. É a sua consciência que cura. Ninguém mais pode
restaurar o poder sobre as suas próprias emoções, além de vocês mesmos. Não
existem ferramentas ou meios externos para tirar essas emoções de vocês. É
quando vocês se tornam conscientes delas, com força, determinação e compaixão,
que elas são liberadas para a Luz.
Tornar-se inteiro e livre, no nível emocional, é
um dos aspectos mais importantes do crescimento espiritual.
Quero terminar dizendo: não tornem isto mais
difícil do que é. O caminho espiritual é um caminho simples. Tem a ver com o
amor por si mesmo e com a claridade interior. Não requer nenhum conhecimento
especifico, nem rituais específicos, nem regras, nem métodos. Todas as coisas
que vocês precisam para o seu crescimento espiritual está dentro de vocês
mesmos.
Em um momento de quietude, vá para a sua parte
sentimental. Deixe que a sua parte sentimental lhe diga o que precisa ser
clareado e limpo dentro de você. Confie na sua intuição. Trabalhe nela.
Acredite em si mesmo. Você é o mestre da sua própria vida, o mestre do seu
caminho único para o amor e a liberdade.
Jeshua canalizado por Pamela Kribbe
Esta canalização foi apresentada para uma
audiência ao vivo, no dia 6 de fevereiro de 2005, em Haarven, Holanda.
O texto falado foi ligeiramente modificado para
facilitar a leitura.
© Pamela Kribbe 2005
www.jeshua.net
Tradução para o português: Vera Corrêa veracorrea46@ig.com.br
Revisão: Luiz Corrêa
Com Amor, Dja |